terça-feira, 6 de setembro de 2011

Chamas





Um rompante... Fervor, contato, reações
Calor contagiante, ânsia inebriante, avidez insaciável
Pele... Arrepios, impulsos, atritos
A sede de teus lábios me inebria e domina todos os reflexos
Nunca o suficiente, sempre incompleto...
Convulsões... Arquejos, arfares
Ainda sinto a textura de seu pescoço em meus lábios e a avidez me domina
Sua mão a acariciar minha nuca desperta um instinto animal a muito adormecido
Desejo... A sede de você me impele a explorar cada centímetro de tua boca...
Leves mordidas em seu pescoço controlam o impulso animal
Animal voraz dentro de mim que me faz desejar beijar todo seu corpo
Explorando cada centímetro, cada textura, cada reação
Sentindo seu arquejo que me aprazia, aumentando meu desejo de lhe proporcionar o céu!
Sua respiração forte em meu pescoço aumenta os fervores e a reação é imediata
Calor, avidez, texturas, atrito, reações, arquejos, impulsos...
Contato... Afago...
Prazer!

Afago





Os olhos se fecham sem pressão alguma, suave e lentamente, como uma cortina de seda que desce sobre a luz dos olhos, ao mesmo tempo em que a respiração fica mais lenta e calma. Passo a mão em seu rosto e sinto um sorriso tranqüilo formar-se por alguns segundos, porém não sumindo completamente, deixando para trás uma sombra que torna sua face mais serena e tranqüila. Então sinto você segurar minha mão, começo a acariciar as costas da sua, suavemente, enquanto você acaricia meus dedos. Deito-me ao seu lado e começo a acompanhar sua respiração. Ao sentir minha proximidade você me abraça! Meu coração palpita, e um arrepio percorre minha espinha, eriçando os cabelos em minha nuca. Quando seus dedos começam a acariciar meus cabelos levemente, minha respiração se acalma e sou tomado por uma paz incrível! Seu abraço, a visão de sua face, sua respiração próxima ao meu rosto, o carinho em meus cabelos... Seu rosto se aproxima do meu e sinto seu cheiro. Um fervor percorre meu corpo, deste a nuca até as extremidades, e te puxo pra perto. Minha pele toca a sua, e a sensação é como um choque elétrico que dispara por toda a superfície. Ventos correm na noite e brincam com a janela, sinto seu corpo se retesando e você muda de posição. Após fitar suas costas por alguns minutos, não resisto e começo a acariciá-la, estudando a suavidade de sua pele e a delicadeza das formas. Sua mão procura a minha e a segura, porém num arroubo eu te abraço e sinto sua pele esquentar em contato com a minha. Suspiros, o toque áspero de sua pele, arquejos e afagos... Não sinto seus lábios, não me aqueço em suas chamas... Mas sinto seu coração bater junto ao meu! Um só ritmo constante que me embala por sonhos fantásticos onde seu sorriso é a única e suficiente fonte de iluminação.

Seu Abraço





A saudade daquele abraço... Do sorriso infantil, sincero e cheio de ternura. De como você se aconchega em meu peito e da risada escandalosa e engraçada que escapa a cada cinco minutos de sua boca. Sempre o cuidado... O amor que protege, que preocupa, que mantém em segurança. Será possível uma transformação? Antes, te colocava sobre as minhas asas e te apresentava as estrelas do meu céu, como nos cantou Saulo... E ao tocar seus lábios, sentir o aperto de seu abraço aumentar e seus cabelos caírem sobre meu rosto, algo diferente desperta, impulsionando-me a puxá-la aos meus braços. Confusão? Minha cabeça, tão racional e clínica, perde o chão e todo o apoio lógico das coisas, e contudo, não cai, fica suspenso no ar, sustentado pela textura delicada dos seus lábios e pelos seus olhos profundos, tão confusos quanto os meus, mas que carregam uma avidez que me mantém firme e puxa pra você. Reações adversas surgem, uma vontade de abrir um sorriso puro e sincero enquanto nossos lábios se encontram, sensação a muito esquecida e que me toma por um arroubo. Quero de novo te levantar em meus braços e dizer que seu tamanho não lhe permite peso que canse braço algum, quero te ver subir em coisas altas e se jogar em meus braços, me pegando de surpresa e quase derrubando nós dois... quero te abraçar... roçar meu nariz no seu e ver aquele sorriso de criança se abrir como sempre, apertando seus olhos e provocando um riso frouxo e incontrolável em minha face. Uma vez te disse que encontrei em você a alma mais linda com a qual já cruzara em toda minha vida... o impressionante é não ter percebido naquela época o quanto ela brilhava...

domingo, 7 de agosto de 2011

Arquejos




Após muitos anos volto àquela casa. Sento-me naquele velho sofá em frente à janela e passo suavemente a mão no forro. Uma sensação nostálgica começa a tomar conta de mim. De repente, as grandes cortinas de seda se agitam e um vento suave lambe meus cabelos e toca meu rosto como veludo, provocando um arrepio em minha nuca, que rapidamente se estende por toda minha espinha até a base côncava da cintura. Fecho meus olhos e me recordo desse mesmo vento suave, desse mesmo forro macio, e de um suspiro suave em meu ouvido. Abro os olhos e você está alí, sentada no outro canto do sofá, de olhos fechados e sentindo o vento alisar seu rosto e agitar seus longos cabelos. Uma visão estonteante, que parece brilhar em seu vestido de cetim, cuja suavidade simplesmente se confunde com sua pele delicada. Quando seus dourados olhos de girassol se abrem e miram o meu, sinto uma sensação dentro de meu peito que a muito não sentia, um despertar ligeiro, o coração pulsando... A respiração acelera... Tento falar algo, mas seu dedo delicadamente interrompe meus lábios enquanto sua outra mão empurra meu peito, me acomodando no sofá. Quando sua perna toca na minha ao contorná-la no momento em que você senta no meu colo, uma descarga elétrica parece emanar de meu corpo, e tocando delicadamente sua cintura eu te trago para perto de mim. Sinto seu peito arfar quando encontra o meu, e fico hipnotizado quando sua boca entreaberta se aproxima devagar da minha, arquejando, suspirando em meu rosto. Minha coluna me impulsiona para frente ao sentir o veludo de seus lábios tocarem os meus e começo a sentir a adrenalina correr alucinada por todo meu corpo. Estudo toda a extensão de suas costas, enquanto minha mão reconhece as delicadas formas de seu corpo. Sinto seu corpo enrijecer ao toque suave de meus dedos. De repente percebo que minha camisa já está jogada no chão e enquanto minhas mãos alisam seu corpo das pernas até os ombros, puxo devagar seu vestido. No momento em que seu vestido cai no chão, outra rajada de vento agita as janelas exatamente no momento em que você joga os cabelos para trás. Fico abismado com a visão do brilho que emana de seu rosto e continuo a sentir cada centímetro de seu corpo. Nesse momento, cada movimento epilético é acompanhado por um pulso elétrico em algum ponto do meu organismo, e o prazer estampado em seu rosto entorpece o meu e me inspira a querer te proporcionar cada vez mais. Sinto a rigidez de seu busto e com a mão em sua cintura te aproximo de mim de novo, sentindo seu corpo explodir junto ao meu, arquejando como se todo o oxigênio não fosse suficiente ao nosso anseio. Nesse momento ouço a janela bater e as cortinas se aquietarem. Procuro por seus olhos dourados e pelo sorriso que sempre me provocou arrepios... Mas você não está lá. Estou suado e arquejando, minhas mãos tremem. Levanto-me e corro as cortinas... Preciso sair dali. Quando dou meus primeiros passos algo me distrai e eu percebo enrolado a um canto um lindo vestido de cetim, com sua cor de marfim brilhando gotas de suor. Abro um sorriso involuntário. Levarei esse vestido comigo, pois agora já tenho aonde ir.






Dedicado a Poliana Amorim... que fez a ideia brotar. ;*

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Olhos, Coração e Caneta





É simplesmente natural! Todos sentimos, muitos escondem. Seja por um orgulho deturpado, por vergonha, ou pela simples incerteza do que realmente se passa em sua própria cabeça confusa. Porém todo sentimento, sensação e até opinião, se muito guardada, acumula, e uma hora transborda. E assim como tudo que sai de supetão de nosso coração, os sentimentos passam derrubando tudo, exacerbando o sentido das coisas, deturpando a pureza das sensações. É preciso então um recurso que filtre esses rompantes, que torne sentimentos em manifestações puras dos momentos em que nossa razão se mescla com nossos instintos, gerando humanidade genuína! Cria-se então a poesia. Única, inexplicável, pessoal, impossível de sistematizar. A poesia não é uma expressão regida por regras e parâmetros que as enquadram entre obras aceitas ou não, é o que surge quando se põe pra fora, de forma delicada, aquela borboleta que não se aquieta em seu estômago, ou aquela tulipa nascendo entre seus pulmões. Palavras, sonetos, versos... canções! O ato de escrever, o exercício do lirismo, a arte de materializar fantasias de mentes infantis presas em corpos adultos. De tudo e todos é feita a poesia: do recordar, do amar, do viver, do sorrir, do chorar, suspirar, voar, voar, voar... verbos que nos fazem transcender as linhas escritas e viajar por sensações e captações pintadas em aquarela, sob um modelo em preto e branco! No fim... a poesia é tudo, nada, e algo ao mesmo tempo, e quanto mais simples, mais complicadas as sensações que a inspiraram, e quanto mais bela, mais intensos os sentimentos direcionados. Escrever não é apenas expressar impressões, é viver através do coração, o mundo onde o cérebro é rei!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Vinhos e Cordas




Risadas, brincadeiras, um vinho barato...
Um violão nos mantém animados,
A alegria nos mantém sintonizados,
O vinho nos mantém sorrindo...
Problemas? Pra quê lembrar-se deles?
Uma voz irresponsável sussurra ao meu ouvido,
Dizendo-me que os problemas ficaram lá fora
E noite adentro continuamos a brincar.
Certa música me faz sentir falta de um alguém que não existe,
Mas a próxima me faz perceber que tenho todas as companhias que preciso.
Toco aquele rock que nos anima,
E que nos faz cantar juntos e desafinados,
Outro toca aquela bossa,
Embalando a todos e apertando abraços.
E então o sol nos ilumina radiante!
Nosso número já diminuiu, levando algumas das boas risadas...
As pálpebras começam a pesar e a preguiça a bater em nossas pernas
E ao deitar em minha cama e pensar na noite que já foi eu abro um sorriso,
Afinal percebo que não preciso ter tudo que quero pra ser feliz como sempre desejei!
Amigos, Vinho, Gargalhadas, Violão... aprender a encontrar no simples o esplêndido!
E ser feliz! Cada noite por vez...
e novamente!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Gélida seda




Ao ver o céu ao leste tingir-se de um forte tom anil, sinto um vento que não conheço alisar meu rosto, diferente daqueles que todo dia venho receber, e que me refresca a alma, mas um vento forte e denso, que ao acariciar minha pele como um pano de seda congelado desperta calafrios por todo meu corpo, e eriça os pelos de meu braço e de minha nuca. Não é um frio que maltrata, que traz dor e faz adoecer... mas um frio que nos faz desejar um abraço apertado e aconchegante e um grosso cobertor de lã  protegendo ambos os corpos. Então, ao senti-la tremer em meus braços, eu afago suas costas enquanto a recebo num abraço apertado, sentindo seu coração bater forte contra meu peito... calor emana dos corpos e nos aquece, nos mantém como um só organismo, que, embora dividido, necessita estar junto pra manter-se em movimento. Beijo-lhe a testa e trago sua delicada cabeça para perto, encaixando-a perfeitamente entre meu queixo e meu peito, e sinto aquele abraço, cada vez mais aconchegante, esquentar meu corpo, desde as partes em contato com o dela, até a nuca e toda minha espinha dorsal, que se arrepia com o choque do vento frio em contato com aquele corpo quente. Então abaixo minha cabeça, com a mão em seu queixo delicado, fito seus olhos, cheios de ternura e uma satisfação que me leva a crer no quanto aquele momento também a agrada, estudo aqueles olhos amendoados e que me parecem enormes, as íris de um tom castanho forte, mas brilhante, que sempre me passaram a impressão de um espírito doce e ao mesmo tempo forte, compenetrante. Trago seu rosto para perto, sinto seu peito ofegar sobre o meu, e sua respiração acelerar o ritmo acompanhando a minha, seus lábios se abrem ligeiramente, deixando o ar quente sair, e sinto-o lamber o meu rosto, fazendo com que minha pele fique eriçada com o choque... então ao fechar os olhos e tentar sentir o momento em que seus lábios delicados tocariam os meus, eu sinto um vácuo. Abro os olhos novamente e busco ao meu redor aquele rosto que deveria estar respirando a centímetros do meu, e aquele corpo que me aquecia... e me lembro de que estava sozinho, apenas a sentir aquele vento frio, que eriçava os pelos de meu braço e de minha nuca. Com um sorriso enviesado que me desponta, eu suspiro, olhando no horizonte o que antes era um anil profundo, agora um tom negro azulado escurecer os céus, trazendo a noite, com mais sensações, ventos frios e calafrios.

domingo, 15 de maio de 2011

Estática





Há muito tempo eu te observava
Sempre distante... Sempre intocável...
Além do alcance de meu braço!
Os lindos olhos cor de tâmara,
Que me fascinam com seu brilho e ternura...
Quão fantástica deverá ser sua luz,
Perto, próximo... A centímetros do meu.
E o sorriso? Terno, confortante... Exuberante!
Fitei-o sempre estático, com seu brilho eterno...
E mesmo inanimado parecia surreal... Encantador!

Então tudo ao meu alcance...
Olhos, sorriso... O lindo cabelo cor de cobre...
E passo a enxergar além daquela bela imagem estática,
Sorrisos brincalhões, risadas descontraídas,
Olhares que despertam em meus braços o desejo involuntário de acariciar...
Acariciar, abraçar... Sentir sua pele sobre meus dedos...
O conforto de sentir sua cabeça encaixar perfeitamente entre meu queixo e meu ombro.
E uma sensação, vista, situação... o que quer que seja... Única!
Um beijo sorridente!
Um lindo e terno sorriso entre lábios que se tocam delicadamente
Então uma nova imagem se forma...
Sem estática... Mas eterna e contínua...
Mesmo que esses momentos tenham seguido com a chuva que caía,
Sensações e carinhos permanecem!
Agora ilustrados pela imagem de um sorriso que se forma...

Um lindo sorriso que ilumina o rosto que toca meus lábios com ternura.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Carinhos




Após tanto tempo, finalmente olho para aquele sorriso que tanto venero! Encaro constantemente os olhos que fogem dos meus, olhando para todos os lugares sem ver... completamente distantes! Por mais que no fundo eu saiba que se não fosse pra acontecer, nem alí eu estaria, eu continuo com receio... e continuo pisando em ovos. Brinco com uma mecha de rebelde, que foge da linda trança que enfeita seus cabelos, sinto seu cheiro doce, acaricio seu rosto macio, sinto a suavidade de sua pele sob meus dedos. A lua, eterna parceira dos apaixonados, ilumina a noite... o vento acaricia nossa pele, e a paisagem, mesmo que artificial, apenas aumenta a beleza e o néctar que era estar alí abraçado contigo. Sentir sua cabeça recostada em meu ombro me trouxe uma paz que a muito não sentia! E no fim de toda essa situação só uma pergunta me veio... Por que eu segui meus impulsos, te tomei em meus braços e te dei o beijo que a muito almejo? Por que não parei de rodeios e declarei a você não uma paixão simples, mas todo o encanto que você me causa? A única resposta que me ocorre, é o medo de que todo aquele clima que nos rodeava, todo aquele carinho que transbordava entre nós acabasse, por força dos meus talvez precipitados impulsos. Por que tenho tanto medo das suas reações? Simples! Tenho muito medo de te perder, quando nem a possuo!
Ao fim... perdão é o que peço... por ser bobo, por ser inseguro... pelo medo de te perder por força do desejo de ser teu!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Brisas




Caminho descontraidamente pela orla, cercado de colegas, todos em seus mundos e assuntos, avulsos a mim, que apenas os acompanho, olhando as ondas que sempre me encantaram. Numa parada ocasional no Forte de Santa Maria eu me separo um pouco do grupo, admiro as luzes, a grama... o som suave das ondas quebrando contra a areia. Então vem a primeira lembrança, como se minha cabeça procurasse automaticamente por alguém que merecesse ter aquela linda situação dividida. Surgem algumas letras e expressões quase que na mesma hora. O grupo segue, me chamam, e um pouco atrás os sigo, brincando com as letras, com as situações que agora sonhava que poderia estar vivendo naquele lugar belo e simples, e que por isso combinava tanto com você. Outro grupo nos encontra, e enquanto assuntos dispersos e descontraídos são abordados mais uma vez eu me isolo. Encontro um cantinho perfeito... próximo à imagem de Jesus Cristo. Um ponto lindo, isolado... sob abrigo de luz... mas com uma vista perfeita do mar que tanto admiro. A iluminação o faz brilhar, a brisa me alcança com força e faz com que minha nuca se arrepie. Então mais uma vez a lembrança, e imagino-a ao meu lado, a sorrir singelamente junto comigo. O sorriso sincero e maroto, como uma criança que sente todo o prazer profundo e belo de uma simples brisa a brincar com seus cabelos, balançando seus cachos, fazendo-os dançar ao suave som das ondas. Aqui paro. Pois mesmo depois me afastando e apenas lembrando, a última imagem que pretendo ter em minha mente ao brincar mais uma vez com as palavras é a dos olhos apertados pelo seu lindo sorriso ao me fitar de lado... como muitas vezes registrei... e como gostaria que dessa vez estivessem a me olhar.

Verbalizando




Sempre o medo, o receio de uma reação diferente... Uma corrente que prende meus pés a cada passo que penso em dar. Mesmo o mais arquitetado, o mais planejado... encho o peito, respiro fundo, olhar decidido, passos firmes... hesitação, insegurança! Os amigos, grandes incentivadores, palavras de encorajamento, motivação! Sinto falta da auto-confiança que eles carregam. Uma segurança que os impele a não pensar no que pode acontecer de errado... que os faz pensar que mesmo que não dê certo eles nada perdem. Segurança a meu ver sempre tênue, já que perco sim... e muito! Porém hesitar já me custou perdas. Já perdi oportunidades que logo após vim saber, seriam muito bem sucedidas. Mas sou incorrigível! Observo, encanto-me, acompanho, dou risadas bobas, apaixono-me, hesito, desisto, perco. Um círculo interminável de verbos que sempre me mostram um adjetivo que me acompanha e o que mais me caracteriza: inseguro! Se dizem que o primeiro degrau na escada da mudança é o reconhecimento do erro... reconheço! E mais inseguro me torno por reconhecer esta fraqueza!
Então tudo de novo acontece... uma sucessão de verbos se seguem... e acabo de conjugar o apaixonar-se... então? O que vem agora? um adjetivo de destreza? Um verbo hesitante? Perco-me morfologicamente ao analisar a sintaxe de minha situação. Então recuso à gramática e desejo-me no mais puro e popular português coloquial: tome Coragem, rapaz!

sábado, 23 de abril de 2011

Devir



 Espero. Simplesmente, impacientemente espero. E continuo esperando. A saudade aperta, esmaga o coração. Tudo faz falta. Abraços, sorrisos, piadas, o som da risada... a presença que encanta e sempre desperta aquele arrepio na espinha que a muito não sentia. A distância machuca. Contatos limitados, audíveis, virtuais... Irreais. E por mais ínfimos que sejam, por uma ação cruel, porém previsível, apenas apertam mais a saudade. Então continuo esperando. Por aquele sorriso que brinca com os olhos, por abraços que aquecem o coração, por uma mão delicada que um dia passei os dedos e alisei, estudando a textura da pele, e sentindo a delícia que era o toque daquele veludo macio.
 Mas também sinto saudade de mim! Da sensação gostosa de divertimento ao te ver empertigar-se toda, quando defende seus gostos peculiares e refinados, manias que só a tornam mais única aos meus olhos. Sinto saudade da alegria que me toma ao te ver dançando, mesmo que só tenha visto apenas duas vezes... e em ambas você tenha demonstrado tamanha felicidade, que facilmente me arranca um sorriso ao ver seus olhos brilharem.
 Não há só saudade, há devir! A vontade envergonhada de brincar com dedos e cordas e te ouvir cantar... Ver-te brincar com as palavras, que saem naturalmente belas, já que você não se importará com a técnica, e sim com o sentimento que as palavras e as melodias transbordam! Há também uma vontade já muito falada de enveredar pelas estradas, trilhas e serras, e ver como sua ternura se encaixa perfeitamente à harmonia da natureza, então abraçar-te e perceber que a paisagem, por mais bela que seja, só está completa quando estamos ao lado de alguém com quem vale a pena compartilhar a sensação.
 Então continuo esperando. Com saudade de mim, de minhas reações às suas atitudes, de suas visões de mundo, de você.
 De você.

domingo, 17 de abril de 2011

Gotas e Abraços



Simplicidade simplesmente encanta! Alguns sorrisos podem trazer consigo consolos, confortos, alegria, lealdade... mas o seu parece carregar algo mais que não consigo nomear. E de onde ele surge? Das coisas mais simples e belas que existem! Já te vi rir de piadas sem graça e de bobagens que falo... mas também já houveram situações em que vimos a chuva cair leve e com graça, ou quando paramos num momento divertido em que tentávamos definir qual seria o nome da linda Ágata Azul que você carrega no pescoço, e lá estava de novo, seu rosto se ilumina e um radiante sorriso de moleca parece brincar com seus olhos! Tanto me encanta que sempre fico em silêncio por alguns segundos, apenas admirando como algo tão simples pode ter tantos significados e reações!
Mas a sua simplicidade cativante não se concentra apenas no sorriso! As coisas simples e belas que você admira, o jeito com que canta, sempre brincando com fantasias e pinturas no rosto... e o jeito sapeca como você diz estar fugindo dos cuidados da sua mãe pra tomar banho de chuva! Tudo isso e muito mais me encanta! Num momento de brincadeira e descontração te chamo de “Fofa Cult”, e não retiro o apelido, pois seus modos carinhosos e brincalhões, e a criança que sempre brinca em seus olhos apenas dão vontade de te abraçar sempre mais! Ato que nunca perdi uma oportunidade de fazer! E já que falo disso, aprofundo-me dizendo que abraçar você é uma das coisas mais gostosas que já fiz, me trás a mais pura sensação de felicidade e serenidade, sentimentos que você distribui com facilidade e que eternamente admirarei em você. E que lembro sempre que, imitando um costume seu, sinto a chuva salpicar sobre meu rosto, com os olhos fechados e imaginando que você deve estar fazendo o mesmo, com aquele seu sorriso brincalhão fazendo seu rosto brilhar. Sentimentos, sensações, estados passageiros que sempre parecerão eternos, mesmo que pelo simples e belo momento em que sinto o seu abraço.

domingo, 10 de abril de 2011

Poderoso Brado!




Tudo se inflama!
Gargantas forçadas, punhos erguidos, vozes determinadas
Toda a garra, outrora habitante latente do sangue,
Hoje volta a correr, devagar, pelas veias!
Carregando consigo indignação, revolta...
A certeza de que apenas a união pode fortalecer!
Reunir para edificar!
Todos se tornam tijolos de uma só muralha!
Que a cada nova camada cimentada torna-se mais altiva e impenetrável!
Pichações claras e alarmantes,
Que declaram indignação e pedem respostas!
Respostas que palavras não podem expressar!
O muro não mais aceita promessas, ele quer edificações!
Ternura e firmeza, pichações e flores, música e brados...
O muro mostra seus desejos, sonhos e ideais!
Não desiste! Permanece firme, e cada vez mais adquirindo mais camadas!
E a cada martelada recebida, que acaba por derrubar um tijolo ou dois,
Uma nova camada se junta, e o muro cada vez mais se ergue!
Segue forte, jovem, determinado... na luta por seu ideal!
Avante! Só a luta trás a conquista,
Só a determinação trás a vitória,
Só a união trás a certeza...
De que nunca foi em vão, e que nossa voz nunca será calada!
Que seu grito seja proferido  por várias e várias vezes,
E que cada vez mais certos estejam os que bradarem:
Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu?! Aqui está presente o MOVIMENTO ESTUDANTIL!!



Força aos estudantes da UESB, das UEBas, e a todos aqueles que lutam por um ensino de qualidade!

à Luta!

Apropriação




E de repente acontece,
Sem expectativa ou sequer suspeita,
E chega de uma vez! Arrasando, dominando,
Tomando como seu território onde antes ninguém habitava!
Não era terra de ninguém!
Apenas um lugar onde sabia-se que não devia-se morar.
Então simplesmente chega e toma moradia.
Armas poderosas em prol de sua conquista!
Um sorriso que derruba as barreiras de defesa,
E mãos que arrepiam toda a guarda!
Então toda a muralha que o protegia cai por terra,
Impotente, inútil... sem mais sentido.
O terreno, antes improdutivo e abandonado, hoje prospera vivo e palpitante!
Doce, delicada e radiante, toma posse e domínio.
As mãos que outrora desarmaram a guarda... hoje entrelaçam meus dedos,
Que desacostumados tremem ao suave toque!
E o sorriso... delicado, sincero e puro... irradia vida em todo o espaço,
Torna-se parte dele! Vida, palpitação!
Não se sabe mais aonde termina o terreno...
E onde começa a dona desse coração!

Repentina Mudez




Será possível? Todos nascemos com facilidade em algo, seja em sorrir, mesmo quando não há graça... Seja em acariciar, mesmo quando o carinho serve de consolo e não de prazer... Há aqueles que mesmo sem dizer nada, sabem ser os amigos mais leais, presentes nos momentos mais tenros e difíceis... Mas o meu dom sempre foi o de saber o que falar! É impressionante, como sempre consegui falar a coisa certa no momento certo! Não há crítica, elogio, situação boa ou um apuro em que eu não consiga, através dos meus bons argumentos, encontrar palavras certeiras!
Porém, não sei como, quando seu sorriso entra em foco, apenas consigo sorrir, e nada sai de minha boca, a não ser o fôlego da minha respiração que se torna imediatamente irregular! O mesmo efeito que teus cabelos causam... minha mão, por algum ímpeto, profundo e desconhecido, põe-se a acariciar suas mechas, que sempre macias, voltam sempre a moldar seu delicado rosto... me deixando mais uma vez sem palavras!
Venho tentando com bastante afinco, mostrar o quanto me sinto bem ao estar com você! O quanto sua presença me deixa tranqüilo, sereno... feliz! Mas simplesmente não consigo! As vezes penso em algo bonito pra te dizer, lembrar alguma frase que ouvi e me encantou... mas sua presença simplesmente me cala!
O interessante é que esta deficiência não me aflige mais! Estar contigo, te fazer sorrir, te abraçar e sentir seu cabelo descer pelo meu pescoço, ouvir o som suave e ritmado de sua respiração... tudo me é suficiente, e traz consigo um texto oculto, lindo e penetrante! Um texto cujas palavras não são ditas nem recitadas... apenas sentidas... como as poesias que leio todos os dias em seu olhar!

domingo, 20 de março de 2011

Luzes




De repente vejo a luz refletir sobre as nuvens e ela surge! Pálida, cálida, exuberante! Como sempre lançando sobre as nuvens que nos permeiam reflexos densos, transformando-as em manchas de tinta a óleo numa tela preta! Então ela ascende, reunindo-se com os outros milhões de luzes que brincam de contrastar o escuro universo que observo. Então o suave vento que o corredor montanhoso em que moro traz das serras mineiras lambe meu rosto e dança sobre minhas roupas, completando o momento que me faz mais feliz em toda a noite.
Porém... ainda que privilegiado com tanto... sinto-me incompleto ao não poder compartilhar tal momento com alguém! Sinto a falta de um sorriso, aberto automaticamente ao ver a lua, refletindo a festa de luzes que estouram no céu! Ao não sentir um abraço aconchegante, toda a magia parece não estar inteira em sua essência... e abandono toda a paisagem, esperando que algum dia volte a contemplá-la... mas que esteja completo... brilhando junto com as estrelas... e sendo mais uma luz a contrastar a escuridão do universo!

Tolo




Não há alma mais nobre ou coração mais feliz do que aquele que bate no peito do sonhador! Sonhar é idealizar um futuro e vivê-lo o mais intensamente possível! É inimaginável o quanto perdemos ao deixar de acreditar nos nossos sonhos! Eles é que nos movem, nos mantém firmes, aquecidos, motivados e que nos fazem alcançar nossos fins! Sonhar é observar o céu e perceber que a beleza não está apenas na ausência de luzes e num dia bem claro! É perceber que as nuvens são sinais de que ventos estão em ação, e que tudo está mudando! O sonhador vê beleza nessa mudança, e acredita que o vento trará boas novas... e que quando, dançando no vento, caem pingos de chuva... eles não estão manchando a beleza do céu! Estão apenas aproximando-o de nós! Trazendo o que há de mais belo para perto: a Esperança!
Sonhar não é esperar o amanhã, é viver o hoje crendo que o amanhã o fará sorrir! Tolos os que pensam que a tolice está com o sonhador, pois estes não encontram sentido na vida e acabam por sucumbir a ela, desfalecendo na monotonia do pessimismo e do conformismo!

Sonhe! Viva! Sonhe com a Vida! Viva a sonhar!
enfim... Viva o sonho!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Clichês




Agora vou embora. A pior frase que já disse, pensei em dizer, ou deixei de dizer. Tudo que eu mais quero é permanecer, viver, sentir, ser! Como não recorrer ao clichê? “nada dá certo comigo!” Após tantas frustrações, desilusões, decepções... Finalmente te encontro! Tudo que mais admiro: simplicidade, sinceridade, companheirismo, lealdade... Amor! E quando finalmente descubro que tal preciosidade existe... Eu é que não posso mais estar em sua presença! A vida me arrasta para longe de você e eu passo a sentir que o erro está em mim! Medo de te perder... De que você encontre a felicidade e que não seja eu a proporcioná-la a você! Perco-me no sofrimento! Dor... Saudade... Raiva de mim... Angústia... Solidão... solidão... solidão... será que mesmo assim devo ter esperança?? Volto então a recorrer ao clichê: “se tiver de dar certo dará, não importa quando, se for pra ser, um dia será!” Parece-me um pilar fraco demais a apoiar-me... Mas a que recorrer?? Só o que posso esperar agora é que você esteja bem... e que não me odeie! Ao menos não muito! Espero que um dia entenda que foi contra minha vontade... e tudo que eu mais quero agora é você ao meu lado! Agora e adiante! E que eu tenho certeza que nunca encontrarei, ou me apaixonarei por alguém que admire tanto quanto você, com olhos tão puros e doces. Realmente... o clichê nos serve de estepe quando a confusão de reações acomete com tanta força em nossa mente. “alguns não nascem para serem amados.” Ao fim... Apenas uma conclusão me ocorre: Perdão! Por não ter a capacidade de te dar tudo o que merece.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Feliz?



Sentir o cheiro da grama cortada
O vento acariciando o rosto como uma luva
O beijo soprado de longe cheio de ternura
E às vezes um sorriso tímido acompanhando um olhar maroto
Dinheiro vindo em boa hora
Uma tarde de risada com os bons amigos
Um passo decidido em direção ao altar
Dedos bem firmes a pressionar suavemente nossa mão
Sentimento, sensação, momento, estilo de vida...
Para uns pouco, para outros muito
O simples pode significar muito, o estupendo pode ser momentâneo
Esse tesouro por muitos caçado, como o pote ao fim do arco-íris
Palavra simples que muitos repetem
Muitos padecem em sua procura...
E muitos não a procuram e a vivem
Tenho vida, saúde, família e amor...
Amigos continuam aonde a minha vida não mais consegue ir
E não mais necessidades tenho
Hoje assim sou
Confuso, dramático, romântico, vivo, exagerado...

Feliz!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Além do espaço físico



E então eu os vi entrelaçarem-se em um beijo apaixonado... Carregado de sentimentos, ardores e rompantes... E tudo que consegui neste momento foi pensar em você. Em seu sorriso tímido, em seus movimentos simples e discretos, e em como eu sonhava que fôssemos nós a nos permitir desse jeito. A cena realmente me deprimiu. Não que meus amigos fossem culpados disso! Ao contrário, estavam sendo felizes. E assim demonstravam estar, pois mesmo quando suas bocas não estavam se tocando, seus olhos ternos e recheados de textos de poesias nunca recitadas se miravam, enquanto ela apoiava o cabelo loiro no peito quase arfante dele. E neste momento a inveja de meu amigo me veio com todo fervor! Não por ela, mas pela sorte de estar completo, de tê-la alí com ele, ao exibir um sorriso em resposta aos seus olhares. A minha inveja era por não poder ter você aqui comigo, talvez não fazendo o mesmo, mas permitindo que eu pudesse olhar para teus olhos escuros e profundos e sorrir, para que eu pudesse ver o canto dos seus lábios tremerem por sua costumeira hesitação e que pudesse te abraçar com fervor e te dar toda a segurança que você precisasse! E que pudesse olhar para aquele mesmo amigo e visse ele me lançar o costumeiro sorriso zombeteiro como quem diz: “agora somos todos felizes”.
Estou distante de você e isso me maltrata. Minha maldita insegurança, desenvolvida a duras penas, provoca dúvidas e incertezas todo o tempo. E a tua insegurança me mostra o quanto você precisa da firmeza que eu mantenho tão debilmente. Mas o rio nunca é o mesmo, pois as águas são impulsionadas por outras, e nosso tempo chegará, e não tardará. Espero-te, mesmo que inseguro e não tão paciente, mas esperançoso de que possamos nos dar essa chance. Venha, e toda a paixão confinada em meu peito lhe será dada, e não mais dúvidas haverá, e não mais a insegurança nos afetará, e não mais distância nos afastará.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Indefinível




Sofrer, isso é o que a maioria das pessoas consegue quando tocam no amor, mas não vamos culpá-lo, o amor não é um jogo ou um simples recurso para se divertir, ele é uma relíquia, rara, cara, mas como o mais puro ouro ganha forma nas mãos certas o amor ganha vida nas mãos de quem saiba valorizar.
Há quem ame, em gestos e palavras... Há quem viva o amor, em verso e prosa... E há quem seja o amor, em alma e coração! Viver o amor não é só querer o amado, é buscar o afago, é dar o afago, é querer mais dar colo que receber, é ser você mesmo no outro, amando-o dentro de si, sendo um, já que o sentimento gosta de roubar a alma de um para o corpo do outro, mostrando que por mais que se diga que é preciso maturidade para amar, ele derruba a razão, transformando-o em moleque, e fazendo-o querer ser a alma a fugir do seu corpo e aconchegar-se no outro
É preciso sentir toda a pureza de um dia de chuva,é abrir sorrisos mesmo que entre lágrimas esteja. O amor abraça,acolhe,cuida, o amor completa quem sabe o que ele é e o que significa. É enxergar no por do sol um sorriso, é ver na lua um olhar, é ver na lágrima, luz, é saber que um abraço tem o poder de calar e afagar, e um simples beijo o poder de transformar os mais simples versos em uma linda história de amor e de mostrar a beleza do simples e a simplicidade do belo, que numa troca de olhares carrega toda uma conversa cheia de sentimentos e emoções. É sentir o coração bater forte enquanto você ri do mais bobo toque, é sentir a luz que dos olhos irradia, e a mais linda declaração sem uma palavra dita.
E talvez seja esse o tal sentimento, o nada, o tudo ao mesmo tempo, sem se render um ao outro... E ao mesmo tempo nos atraindo como um imã impulsivo, q não importa o quanto resistamos acaba por fazer com que nos choquemos em uma grande chuva de emoções em constante convulsão. Emoções que não se misturam, mas que se completam, se entendem, se encaixam, que se tornam uma, em completa sintonia, abraçando-nos em laços vívidos de chamas ardentes que não nos queimam, mas nos fazem brilhar na íris do outro, enxergando-se, vivendo-se, sendo um.
E que não tentem definir tal sentimento... Definir o indefinível é tentar torná-lo palpável, e ele jamais o é.
Então não importa como o conheça, apenas ame e ele fará parte de você.

Seja você! Seja o outro! Seja você no outro e o outro em você!
Seja Amor!



*** Este texto surgiu de uma conversa entre eu e Isadora Costa... apenas colei os retalhos, então a autoria tbm é dela... ;P

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Música



Era apenas um: eu e a melodia
Incomuns, jovem e culta
Vivia a tentar reproduzi-la
Acordes bem feitos, voz mal entoada
Alma na música, coração na letra
E assim seguia, apenas eu e ela
Sendo sempre um.
Eis que a encontro aos soluços de uma zabumba
Troca-se acordes, sem ao menos serem ouvidos
Titãs e Santos nos ensinam a partilhá-la
E a melodia não pertence a um
Não mais
Eram então dois: eu, ela e a melodia
Reis e Camelos cantam seus amores
E nos ensinam a enxergar o outro
Caio nos ensina a remar, queremos re-mar, e aprendemos a amar
Brincando de ser felizes e fazendo relicários imensos desse amor 
Nos descobrimos pouco a pouco
Conhecendo os acordes de ambos
E fazendo brotar um só som
As melodias de um e não mais O som de ambos

Éramos então um: eu, ela e as melodias.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sublime Arma



Como a paixão nos é cruel! Qual o objetivo de conduzir-nos por tantos altos e baixos? A dita parece gozar de um humor doentio que beira o sadismo! Nos leva a picos tão altos que nos transtorna de felicidade, ao tempo que nos faz despencar por vales de ciúme e rejeição. Além da crueldade de nos fazer perder o sentido, a noção e a razão apenas por um infame funcionário de sua maldade: o tal do sorriso! É impressionante! Será que vocês não percebem? Após vários episódios sofridos de tentativas frustradas, de declarações ignoradas e finalmente de uma rendição... Acabo por me fechar em meu coração, prometendo em meu orgulho que não darei a mínima importância à ardente tentação da sua simples presença... Torno-me outra pessoa! Grito para mim mesmo que está na hora de mudar de atitude, que simplesmente há maneiras menos idiotas e humilhantes de viver. Então, como se tudo que disse a meu coração houvesse sido gravado em águas, você simplesmente me abre um radiante sorriso! Que além de todo o esplendor que naturalmente já carrega, ainda tem o poder de estapear o frágil orgulho que de escudo havia me servido, e me esfrega na cara o quanto sua alma é linda aos meus olhos. Mudar de tática? Talvez... Mas uma lembrança para sempre ficará gravada, não sei se na memória ou no coração, aquele cruel, porém sublime sorriso, cuja ternura derruba todos os muros que possam cercar meu coração.

foto: Júh 

sábado, 8 de janeiro de 2011

metendo a testa!



E ae galera

Todos nós temos o dom da escrita escondido em algum cantinho do nosso complicado, confuso, e às vezes teimoso cérebro. Eu, no alto da minha grandiosa e gloriosa modéstia, não chego aos pés de muita gente por aí, mas o fato é que todos nós devemos refinar nossos pensamentos e devaneios colocando-os no papel.
Puts! Que comentário de velho... Tá certo que o papel tem todo um charme poético quase clássico, mas a idéia aqui será outra! Tentarei ( e apenas tentarei ) neste blog depositar os acordes que entoam de minha louca cabeça, e que o coração transforma em prosa. Ou vice versa, deixo pra vocês decidirem ( ou não ) de onde vem os tons tocados, letrados, escritos e traduzidos nas frases que eu puder postar aqui.
Dito isto, deixo claro que nada do que postarei aqui seguirá um padrão! Assim como nós temos dias de racionalidade e dias de emoção, a transcrição de nossas loucuras também assim o são.

Como diria um bom amigo pessoal: "Se quer entender a racionalidade entenda a loucura", e eu completo dizendo que não é necessário entender a loucura... apenas goze dela! Já que enlouquecer é nada mais do que despertar do sono tedioso da racionalidade ;D