terça-feira, 10 de maio de 2011

Brisas




Caminho descontraidamente pela orla, cercado de colegas, todos em seus mundos e assuntos, avulsos a mim, que apenas os acompanho, olhando as ondas que sempre me encantaram. Numa parada ocasional no Forte de Santa Maria eu me separo um pouco do grupo, admiro as luzes, a grama... o som suave das ondas quebrando contra a areia. Então vem a primeira lembrança, como se minha cabeça procurasse automaticamente por alguém que merecesse ter aquela linda situação dividida. Surgem algumas letras e expressões quase que na mesma hora. O grupo segue, me chamam, e um pouco atrás os sigo, brincando com as letras, com as situações que agora sonhava que poderia estar vivendo naquele lugar belo e simples, e que por isso combinava tanto com você. Outro grupo nos encontra, e enquanto assuntos dispersos e descontraídos são abordados mais uma vez eu me isolo. Encontro um cantinho perfeito... próximo à imagem de Jesus Cristo. Um ponto lindo, isolado... sob abrigo de luz... mas com uma vista perfeita do mar que tanto admiro. A iluminação o faz brilhar, a brisa me alcança com força e faz com que minha nuca se arrepie. Então mais uma vez a lembrança, e imagino-a ao meu lado, a sorrir singelamente junto comigo. O sorriso sincero e maroto, como uma criança que sente todo o prazer profundo e belo de uma simples brisa a brincar com seus cabelos, balançando seus cachos, fazendo-os dançar ao suave som das ondas. Aqui paro. Pois mesmo depois me afastando e apenas lembrando, a última imagem que pretendo ter em minha mente ao brincar mais uma vez com as palavras é a dos olhos apertados pelo seu lindo sorriso ao me fitar de lado... como muitas vezes registrei... e como gostaria que dessa vez estivessem a me olhar.

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