domingo, 10 de abril de 2011

Repentina Mudez




Será possível? Todos nascemos com facilidade em algo, seja em sorrir, mesmo quando não há graça... Seja em acariciar, mesmo quando o carinho serve de consolo e não de prazer... Há aqueles que mesmo sem dizer nada, sabem ser os amigos mais leais, presentes nos momentos mais tenros e difíceis... Mas o meu dom sempre foi o de saber o que falar! É impressionante, como sempre consegui falar a coisa certa no momento certo! Não há crítica, elogio, situação boa ou um apuro em que eu não consiga, através dos meus bons argumentos, encontrar palavras certeiras!
Porém, não sei como, quando seu sorriso entra em foco, apenas consigo sorrir, e nada sai de minha boca, a não ser o fôlego da minha respiração que se torna imediatamente irregular! O mesmo efeito que teus cabelos causam... minha mão, por algum ímpeto, profundo e desconhecido, põe-se a acariciar suas mechas, que sempre macias, voltam sempre a moldar seu delicado rosto... me deixando mais uma vez sem palavras!
Venho tentando com bastante afinco, mostrar o quanto me sinto bem ao estar com você! O quanto sua presença me deixa tranqüilo, sereno... feliz! Mas simplesmente não consigo! As vezes penso em algo bonito pra te dizer, lembrar alguma frase que ouvi e me encantou... mas sua presença simplesmente me cala!
O interessante é que esta deficiência não me aflige mais! Estar contigo, te fazer sorrir, te abraçar e sentir seu cabelo descer pelo meu pescoço, ouvir o som suave e ritmado de sua respiração... tudo me é suficiente, e traz consigo um texto oculto, lindo e penetrante! Um texto cujas palavras não são ditas nem recitadas... apenas sentidas... como as poesias que leio todos os dias em seu olhar!

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