terça-feira, 29 de maio de 2012

Receios





 Se tenho medo? O tenho e muito! Tenho medo de te perder, tenho medo de te magoar... medo de ser insuficiente, de ser incapaz de te fazer feliz. Tenho tanto medo, que tenho medo que o medo que eu tenho me amedronte tanto que me impeça de ser tudo que você merece! O medo nos poda, retrai e faz hesitar! O que não deve ser esquecido é que o medo nada mais é do que uma defesa contra o desconhecido. Porém, não saber o que está por vir é exatamente aonde está a magia do sentimento... do ser irracional! Arriscar-se, apostar suas fichas em um lance sustentando por nada mais que a vontade e a determinação em ser feliz! E há quem diga que deve-se ter certeza, livrar-se dos medos completamente e seguir em segurança, sendo assim possível encontrar a felicidade! Aonde está escrito que o medo deve ser extirpado? Ele ali permanece, lembrando-nos das incertezas e dando aquela descarga de adrenalina necessária para os rompantes! É a presença do medo que torna tão especial a coragem, a superação e que faz com que os riscos valham a pena! Não espere certezas, pois é a dúvida que garante que mantenhamos a segurança e que realmente possamos dar valor às preciosidades que temos!
 Tenho medo de te perder, tenho medo de te magoar... medo de ser insuficiente, de ser incapaz de te fazer feliz... mas acima de tudo tenho medo de me apaixonar demais por você! Cada sorriso seu me fascina tanto que não me lembro de como se respira, mas não tenho o menor medo de perder o ar! Também não tenho medo de te magoar, porque tudo que faço é pensando no bem que você me faz e te ferir seria como ferir meu próprio coração. Meu medo é que, ao te entregar meu coração, você o aceite por pena ou gratidão, e não pelo desejo de que ele se junte ao seu.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Palpável





  Me impressiona abrir os olhos e ver que você ainda está ali! Real, palpável e, acima de tudo, sorridente! Te toco pra ter certeza de que você não é fruto da minha imaginação, sinto sua pele enrijecer ao toque suave da minha e seus olhos enormes se abrem, procurando os meus. Te trago pra perto e com a mão em sua nuca, encosto sua cabeça em meu ombro. Passo minha mão em suas costas, como tantas vezes já fiz, sentindo sua coluna tremendo ao arrepio do meu toque. Pego seu rosto em minhas mãos e fito seus olhos tímidos e profundos enquanto eles me esquadrinham procurando reações. E como todas as vezes anteriores, perco o fôlego e tenho dúvidas se estou realmente vivenciando aquilo ou tendo um sonho muito prolongado. Então me decido por um teste final e trago você pra perto de novo! Ao sentir seu coração martelar contra o meu, sinto uma descarga de adrenalina que o faz palpitar! De um rompante toco seus lábios, ávido por sentir seu fôlego em minha pele...
  Se estiver errado e estiver sonhando, quando acordar espero apenas me lembrar de tudo! De que eu não percebo estar olhando pra você, memorizando cada centímetro do seu rosto enquanto você, morrendo de vergonha, enrubesce e tenta esconder o rosto, enquanto morde o lábio superior. Pode ser maldade minha, mas as vezes faço isso de propósito pra ver suas sardas ressaltarem contra sua pele escarlate e pra poder ver a intensidade em seus olhos ao puxar seu rosto pra perto do meu, te pedindo pra não ter vergonha, afinal você merece saber o bem que faz à minha alma! Peço, inclusive que me perdoe a intensidade e a empolgação, pois não consigo controlar a minha vontade de expressar o quão bem você me faz! Afinal, como pode o mar não se exaltar, tornar-se instável e turbulento quando a lua o toca com toda sua imponência e beleza, já que todo o brilho e intensidade lhe são refletidas na superfície?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Virtual



Ando pra todo lado com o aparelho do lado. A cada cinco minutos eu olho, confiro se não chegou mensagem, se eu cancelei o aviso sem querer. Tornei-me compulsivo! Viciei em ficar feliz ao ler “You have a message from Moanjo”. Então largo a cautela às favas e te mando uma mensagem tentando parecer descontraído: “bom dia! Tou pensando em você”, só falto dizer: “dia bonito, não?!”, mas o senso de ridículo me faz parar e rir ao sequer imaginar isso. Então você me responde... Uma risadinha, um comentário simples, sincero... Bem você! Meu dia se ilumina! O sol parece trabalhar com mais vontade e eu me pego sorrindo até pra uma mancha no tampo da mesa. Já deitado na cama a gente conversa entre risos... Eu até tento controlar os elogios, mas você me fascina tanto que eu preciso colocar pra fora tudo o que eu enxergo de lindo em seu rosto, em seus olhos enormes, em sua alma simples e brilhante... E, sobretudo em seu sorriso, do qual nunca me canso de falar! Surge aquela ânsia... você está tão perto, ao alcance de meus dedos e ao mesmo tempo tão longe... intocável... não posso sentir a suavidade de seu toque, o aroma campestre que emana de seus cabelos, ouvir o som de sua voz ecoando e minha mente... Até quando a incompletude? Até quando a virtualidade? Quando poderei te abraçar e te dar a certeza de que o mundo pode implodir a nossa volta, mas ali você estará segura, ali eu estarei com você, sentindo o pulsar suave de seu coração e a brisa fresca de sua respiração em minha pele... Quando nos tornaremos “nós”? Palpáveis, Concretos... Não mais virtuais... Reais!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

À moleca em seus olhos



A forma mais delicada e complexa da beleza é a simples! A simplicidade, felicidade, sorrisos descontraídos... As pequenas coisas são elas que brilham aos nossos olhos e nos transmitem uma sensação de prazer, que por mais que se inicie pelas vistas, percorre nosso sistema nervoso e termina em nossa boca, no abrir do sorriso. O engraçado é ver as pessoas criarem padrões para o belo, imitar formas e gestos buscando a perfeição visual, coitados, enganam-se profundamente, pois a visão mais aprazível é aquela que nos é única, simples e marcante, que preenche justamente o que surpreende os nossos olhos.
Vou te contar um segredo: você sabia que quando nos falamos pela primeira vez, você estava séria e eu te confundi com outra pessoa que conhecia? Quando me aproximei, percebi na mesma hora que nunca havia falado com você antes! Você me olhou com seus olhos grandes e expressivos e sorriu com simplicidade, e, ao mesmo tempo, intensamente! Jamais havia visto um sorriso como aquele! Por uma fração de minuto eu não soube o que falar, depois disse algo bobo, sem a menor coerência, mas não teve importância, você continuou sorrindo... Ah que sorriso! Simples, belo, expressivo, infantil... Seu! Se Deus se inspirou em alguma cena que vislumbrou ao fazer uma flor desabrochar, certamente era no abrir de seu sorriso que ele estava pensando... Não há sequer outra referência que faça os pássaros cantarem e o dia parecer mais perfumado! Pensando bem, a minha teoria se torna ainda mais firme ao atestar que as flores seguem a luz do sol, porque ao observar o brilho ofuscante em seu sorriso, não consigo imaginar outra razão a não ser que o sol siga sua imagem, na esperança que o ilumine o suficiente para que possa sempre ser contemplado... E os olhos? O quão expressivo se torna seu olhar ao ser pressionado pelo sorriso?! Pérolas espelhadas e luminosas, a mesma pureza e brilho que se vê em uma garotinha de quatro ou cinco anos ao receber o abraço aconchegante de um pai que chega de viagem.
A beleza que vejo em você e que me dá aquela sensação que abre um sorriso em meu rosto não vem só do lindo sorrir, dos olhos que parecem desenho, e nem do cabelo esvoaçante e imponente, que faz parecer que sempre o vento te procura, tentando dar esse efeito de estar sempre em movimento... Sua beleza se deve, principalmente, à simplicidade de seus gestos, à delicadeza de sua alma... À facilidade com que você dá uma risada e traz serenidade ao ambiente, fazendo com que todos riam também. A maior parte de sua beleza está sim em meus olhos, e foi ali deixada pela moleca que brinca nos seus.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Completude




Abro meus olhos. A luz do sol me acorda logo cedo e olhando para cima percebo não haver teto, mas um suave tom de azul e umas poucas nuvens que brincam na imensidão aparentando pouca consistência. Quando a brisa lambe meu rosto eu me recupero da confusão matinal e me recordo de ter adormecido na varanda, olhando o mar e curtindo o frescor da noite de verão. De repente sinto falta de alguém e procuro com os olhos aonde ela terá ido, quando me viro em direção à praia e a vejo deitada ao meu lado me observando, os olhos semicerrados me encarando intensamente, carregados de mensagens e emoções ocultas, um olhar cheio de segredos, porém sincero. Desço um pouco a vista e reparo em seus lábios macios, enviesados em um lindo sorriso torto e discreto, que me fazem pensar com alegria que você está apreciando o que vê, com um leve divertimento, e que não quer ir embora, quer apreciar a situação ao meu lado, absorvendo o momento... Então reparo em seu cabelo jogado em frente ao seu rosto, com os cachos luminosos espalhados a esmo pelo chão e tapando metade de sua face, lhe conferindo um ar misterioso, além da comodidade. Você está a vontade, serena, em paz! Reparo em cada pedacinho de seu rosto, em cada forma, cada ondulação da pele, as tonalidades, a expressão de tranqüilidade e me sinto exaltado! Após a noite maravilhosa e intensa, acordar sob essa luz e cenário, ao seu olhar penetrante, o rompante é inevitável e aprecio ao máximo a maciez de seus lábios e o toque de minha pele áspera na sua suave. Humor, contato, intensidade, sorriso, paixão, rompante... Completude! Não quero mais uma noite perfeita, quero o dia, quero a praia, quero o sorrir, o respirar e o arfar... quero seus olhos, seus lábios e seus cabelos... quero a vida... Quero você!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Catarse lunar



   Estou apenas sentindo o vento trazendo o cheiro de terra molhada deixado no ar pela chuva meia hora atrás... Quando de repente seu brilho chama minha atenção. Lá está ela, me observando, emanando aquela paz já habitual... Sua influencia sobre mim, já velha conhecida, não deveria mais me surpreender, porém me assusta a facilidade em que contemplá-la faz com que me tome uma serenidade e nostalgia únicas, e que dispara uma profusão de lembranças e sensações em procissão diante dos meus olhos. Fecho-os então para apreciar melhor as imagens em minha cabeça e percebo que a luz pálida continua a penetrar minhas pálpebras, despejando sobre minhas lembranças um tom de pintura antiga, daquelas que com o tempo perdem a cor, mas sempre que as fitamos, enxergamos suas vibrações e tonalidades como se fossem novas... Ao contemplar aqueles lindos cachos balançando, é como se a lembrança e o vento em meu rosto me transportassem para aquele momento, por mais que a estranha luz pálida ainda iluminasse tudo que minha vista alcançava. Em meio a uma risada, quando os cachos mais uma vez são jogados para os lados de seu rosto, aqueles lindos olhos cor de âmbar encontram o meu e um sorriso se abre em seu rosto, e ao perceber que o brilho de seu sorriso contrasta com a claridade do ambiente, meu coração dispara e eu abro os olhos, arfando, uma ebulição de sentimentos e sensações explodindo em meu peito, e ao observar sua travessia pela obscura imensidão do caminho das pérolas, a percepção de que a luz que vejo sempre que a contemplo, sempre em sua fase de ápice, cheia, é a mesma luz pálida, pura e intensa de seu sorriso...  e ao saber que seu Ele se encontra ali, onde, ao menos uma vez a cada ressurreição da lua, eu posso contemplá-lo, sou tomado por uma catarse absoluta e minha vontade é de cantar para que o próprio astro me ouça... Porém me contento em acompanhar-me de um violão e, sentado ao chão, cantar aquela música que sei que você gosta para as estrelas, na esperança de que esse vento suave leve minhas palavras até você e te faça  sorrir mais uma vez.

"Utopia e Acordes"


Essa é a primeira vez ( talvez a única ) que eu posto um texto que não é meu... Isadhora Costa presenteou a mim e ao blog com esse lindo texto e eu me sentí na obrigação de compartilhá-lo. Estou morrendo de saudade, Princesinha Parabólica... rs






Ao sentir o vento doce que vinha pela janela,lembrou a sensação de ter arrumado tudo para a chegada de alguém.Respondendo prosa com poesia e poesia com música.
Ao chegar,o abraço,o afago,a saudade.Nessa hora,o despertar.No abrir dos olhos me encontro sentada ao teu lado no velho sofá em uma sala de televisão.Sorrio ao fechar os olhos.
Rindo um para o outro a notar como Utopia combina com Acordes em prosa.Chuva caindo e você a rir do meu drama.Tomar café,e você beber do meu porque adocei da maneira que você gosta.Voltar para casa na chuva,cantando uma das nossas favoritas,agora sem meu drama,mas nossas risadas ecoando no mesmo tom.
Acabar o dia com nossa felicidade constante por um estar perto do outro,por poder recuperar um pouco o tempo perdido e por lembrar a falta que faz a presença constante.
Acordo e sorrio novamente,com a mesma vontade de te ver desde que te conheci,com saudade de ter você por perto,sentir o seu abraço e ouvir a sua voz,me chamando de boba e quase sussurrando ao cantar ‘Parabólica’, para mim.
Está na hora de você retornar ao meu colo,está na hora de ignorar essa distância.Não demore,eu estou esperando você.

Isadhora Costa.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ao brilho




Fez-se a luz!
Não a do sol, nem gerada por eletricidade,
Muito menos uma idéia que surge na mente, e que ilumina caminhos e frases.
Simples, pura e singela, porém poderosa e penetrante,
Uma luz que reflete em nossos olhos e faz com que eles brilhem em retribuição!

A luz de um sorriso!
Sorriso de criança, rosto de mulher
Olhos profundos e brincalhões,
Que num arroubo a delicadeza desarma qualquer rosto rígido,
Completando a aquarela que se forma em seu rosto!

Mulher forte, criança pura... olhos marcantes, sorriso travesso...
Traz em seu brilho um teor de malícia e voracidade,
Divertindo-se em seu rosto de moleca,
E que desperta em mim aquele sentimento da adolescência de querer quebrar as regras,
Aventurar-me por seu brilho, aprofundar-me em teus olhos, perder-me em sua franja...
Mergulhar em seu sorriso!

Brilhe, ilumine-me!
Brinde-me com o refulgir da alma que tenta escapar pelo branco de seus dentes,
E que toca a minha, despertando um sorriso frouxo de meu rosto e apertando meus olhos!
E quando o fizer me chame de bobo, despertando boas lembranças...
E fazendo-me render à sua vontade...

Ao seu sorriso!