segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Além do espaço físico



E então eu os vi entrelaçarem-se em um beijo apaixonado... Carregado de sentimentos, ardores e rompantes... E tudo que consegui neste momento foi pensar em você. Em seu sorriso tímido, em seus movimentos simples e discretos, e em como eu sonhava que fôssemos nós a nos permitir desse jeito. A cena realmente me deprimiu. Não que meus amigos fossem culpados disso! Ao contrário, estavam sendo felizes. E assim demonstravam estar, pois mesmo quando suas bocas não estavam se tocando, seus olhos ternos e recheados de textos de poesias nunca recitadas se miravam, enquanto ela apoiava o cabelo loiro no peito quase arfante dele. E neste momento a inveja de meu amigo me veio com todo fervor! Não por ela, mas pela sorte de estar completo, de tê-la alí com ele, ao exibir um sorriso em resposta aos seus olhares. A minha inveja era por não poder ter você aqui comigo, talvez não fazendo o mesmo, mas permitindo que eu pudesse olhar para teus olhos escuros e profundos e sorrir, para que eu pudesse ver o canto dos seus lábios tremerem por sua costumeira hesitação e que pudesse te abraçar com fervor e te dar toda a segurança que você precisasse! E que pudesse olhar para aquele mesmo amigo e visse ele me lançar o costumeiro sorriso zombeteiro como quem diz: “agora somos todos felizes”.
Estou distante de você e isso me maltrata. Minha maldita insegurança, desenvolvida a duras penas, provoca dúvidas e incertezas todo o tempo. E a tua insegurança me mostra o quanto você precisa da firmeza que eu mantenho tão debilmente. Mas o rio nunca é o mesmo, pois as águas são impulsionadas por outras, e nosso tempo chegará, e não tardará. Espero-te, mesmo que inseguro e não tão paciente, mas esperançoso de que possamos nos dar essa chance. Venha, e toda a paixão confinada em meu peito lhe será dada, e não mais dúvidas haverá, e não mais a insegurança nos afetará, e não mais distância nos afastará.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Indefinível




Sofrer, isso é o que a maioria das pessoas consegue quando tocam no amor, mas não vamos culpá-lo, o amor não é um jogo ou um simples recurso para se divertir, ele é uma relíquia, rara, cara, mas como o mais puro ouro ganha forma nas mãos certas o amor ganha vida nas mãos de quem saiba valorizar.
Há quem ame, em gestos e palavras... Há quem viva o amor, em verso e prosa... E há quem seja o amor, em alma e coração! Viver o amor não é só querer o amado, é buscar o afago, é dar o afago, é querer mais dar colo que receber, é ser você mesmo no outro, amando-o dentro de si, sendo um, já que o sentimento gosta de roubar a alma de um para o corpo do outro, mostrando que por mais que se diga que é preciso maturidade para amar, ele derruba a razão, transformando-o em moleque, e fazendo-o querer ser a alma a fugir do seu corpo e aconchegar-se no outro
É preciso sentir toda a pureza de um dia de chuva,é abrir sorrisos mesmo que entre lágrimas esteja. O amor abraça,acolhe,cuida, o amor completa quem sabe o que ele é e o que significa. É enxergar no por do sol um sorriso, é ver na lua um olhar, é ver na lágrima, luz, é saber que um abraço tem o poder de calar e afagar, e um simples beijo o poder de transformar os mais simples versos em uma linda história de amor e de mostrar a beleza do simples e a simplicidade do belo, que numa troca de olhares carrega toda uma conversa cheia de sentimentos e emoções. É sentir o coração bater forte enquanto você ri do mais bobo toque, é sentir a luz que dos olhos irradia, e a mais linda declaração sem uma palavra dita.
E talvez seja esse o tal sentimento, o nada, o tudo ao mesmo tempo, sem se render um ao outro... E ao mesmo tempo nos atraindo como um imã impulsivo, q não importa o quanto resistamos acaba por fazer com que nos choquemos em uma grande chuva de emoções em constante convulsão. Emoções que não se misturam, mas que se completam, se entendem, se encaixam, que se tornam uma, em completa sintonia, abraçando-nos em laços vívidos de chamas ardentes que não nos queimam, mas nos fazem brilhar na íris do outro, enxergando-se, vivendo-se, sendo um.
E que não tentem definir tal sentimento... Definir o indefinível é tentar torná-lo palpável, e ele jamais o é.
Então não importa como o conheça, apenas ame e ele fará parte de você.

Seja você! Seja o outro! Seja você no outro e o outro em você!
Seja Amor!



*** Este texto surgiu de uma conversa entre eu e Isadora Costa... apenas colei os retalhos, então a autoria tbm é dela... ;P

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Música



Era apenas um: eu e a melodia
Incomuns, jovem e culta
Vivia a tentar reproduzi-la
Acordes bem feitos, voz mal entoada
Alma na música, coração na letra
E assim seguia, apenas eu e ela
Sendo sempre um.
Eis que a encontro aos soluços de uma zabumba
Troca-se acordes, sem ao menos serem ouvidos
Titãs e Santos nos ensinam a partilhá-la
E a melodia não pertence a um
Não mais
Eram então dois: eu, ela e a melodia
Reis e Camelos cantam seus amores
E nos ensinam a enxergar o outro
Caio nos ensina a remar, queremos re-mar, e aprendemos a amar
Brincando de ser felizes e fazendo relicários imensos desse amor 
Nos descobrimos pouco a pouco
Conhecendo os acordes de ambos
E fazendo brotar um só som
As melodias de um e não mais O som de ambos

Éramos então um: eu, ela e as melodias.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sublime Arma



Como a paixão nos é cruel! Qual o objetivo de conduzir-nos por tantos altos e baixos? A dita parece gozar de um humor doentio que beira o sadismo! Nos leva a picos tão altos que nos transtorna de felicidade, ao tempo que nos faz despencar por vales de ciúme e rejeição. Além da crueldade de nos fazer perder o sentido, a noção e a razão apenas por um infame funcionário de sua maldade: o tal do sorriso! É impressionante! Será que vocês não percebem? Após vários episódios sofridos de tentativas frustradas, de declarações ignoradas e finalmente de uma rendição... Acabo por me fechar em meu coração, prometendo em meu orgulho que não darei a mínima importância à ardente tentação da sua simples presença... Torno-me outra pessoa! Grito para mim mesmo que está na hora de mudar de atitude, que simplesmente há maneiras menos idiotas e humilhantes de viver. Então, como se tudo que disse a meu coração houvesse sido gravado em águas, você simplesmente me abre um radiante sorriso! Que além de todo o esplendor que naturalmente já carrega, ainda tem o poder de estapear o frágil orgulho que de escudo havia me servido, e me esfrega na cara o quanto sua alma é linda aos meus olhos. Mudar de tática? Talvez... Mas uma lembrança para sempre ficará gravada, não sei se na memória ou no coração, aquele cruel, porém sublime sorriso, cuja ternura derruba todos os muros que possam cercar meu coração.

foto: Júh 

sábado, 8 de janeiro de 2011

metendo a testa!



E ae galera

Todos nós temos o dom da escrita escondido em algum cantinho do nosso complicado, confuso, e às vezes teimoso cérebro. Eu, no alto da minha grandiosa e gloriosa modéstia, não chego aos pés de muita gente por aí, mas o fato é que todos nós devemos refinar nossos pensamentos e devaneios colocando-os no papel.
Puts! Que comentário de velho... Tá certo que o papel tem todo um charme poético quase clássico, mas a idéia aqui será outra! Tentarei ( e apenas tentarei ) neste blog depositar os acordes que entoam de minha louca cabeça, e que o coração transforma em prosa. Ou vice versa, deixo pra vocês decidirem ( ou não ) de onde vem os tons tocados, letrados, escritos e traduzidos nas frases que eu puder postar aqui.
Dito isto, deixo claro que nada do que postarei aqui seguirá um padrão! Assim como nós temos dias de racionalidade e dias de emoção, a transcrição de nossas loucuras também assim o são.

Como diria um bom amigo pessoal: "Se quer entender a racionalidade entenda a loucura", e eu completo dizendo que não é necessário entender a loucura... apenas goze dela! Já que enlouquecer é nada mais do que despertar do sono tedioso da racionalidade ;D