Eu não estou aqui.
Mas senta aí no seu quintal, num lugar que bata um vento
fresco, de preferência sob a luz da lua. Levante seu expressivo e lindo rosto,
com o qual tenho sonhado tão detalhadamente, em direção a ela e deixe que ela a
inunde! De cá, de tão longe, estou enviando por ela, velha a miga, um abraço
apertado em conforto, aconchego e abrigo. De sua luz pálida, privilegiada, ela
ilumina a nós dois, unindo nossos corações em um só, permitindo que, ao menos
dessa forma, eles possam se aquecer.
Um carinho em seus cabelos, levado por um suave vento leste,
e um afago em sua bochecha, que, queria, estaria acomodada em meu peito,
completando nosso abraço apertado. Eu não posso estar aí, não posso te aconchegar
em meus braços, te esquentar e te fazer esquecer da dor e da angústia, e isso
me corrói. Mas ao olhar para essa luz que nos ilumina, que nos conecta e nos torna
próximos, sinta todo meu coração que não mais aqui comigo está, mas bate
intensamente em busca de aquecer o seu, que não passará por angustia alguma
sozinho.
Estou aqui.
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