Um dia cansativo, a mente cheia, uma lufada de descanso
merecido. Era fim de tarde, a janela do quarto virada para oeste permitia a
entrada do sol em um raio alaranjado que ondulava quando um vento batia na
cortina. A fórmula perfeita para um descanso do corpo e da alma. E, mal sabia
eu, que de outros cansaços também...
Sabe quando você acorda "sonhando"? Pois é. Eu estava
deitado, largado na cama, com ventilador em cima, as roupas já largadas em cima
da cadeira. Quando aquele clima bucólico se transformou em um sonho tão vívido
eu nem percebi que não estava mais acordado.
Ouço sem ver quando você, com cuidado, abriu a porta,
entrou e suavemente passou a mão em minhas costas, me acordando. Acordar num
sonho é interessante, a gente desperta, mas o mundo continua turvo. E naquele
momento a sua mão alisando minhas costas era a única coisa que eu sentia.
Me inclinei, olhei pra cima e te vi: Você usava um body
de renda, preto. Delineava sua cintura e quadril perfeitamente. E a renda
contrastava com sua pele, dando ainda mais destaque a seu corpo nu que podia
entrever naquele tecido tão provocante.
Um detalhe: Durante todo o sonho nós não proferimos UMA
palavra sequer.
Eu me virei de peito pra cima, sorrindo, e você começou a
passar a mão por minhas pernas e a beijar meu peito. Ainda bem suave e
delicada. Quando tentei pegar na sua cintura, você segurou minha mão com
firmeza!
Então colocou meus braços acima da minha cabeça e começou a beijar meu pescoço, com mais avidez, a respiração acelerando no mesmo
compasso que a minha. Suas mãos desceram explorando meu corpo inteiro e voltaram a
acariciar minhas coxas, da parte de fora pra dentro, apertando com mais
voracidade, agora.
Neste ponto começou a subir a mão, passando por minha
virilha e explorando um pouco ali. Com suavidade em alguns pontos, mas com
firmeza onde a mão melhor se encaixou. Acariciando e estimulando, enquanto a
outra mão subia pelo meu quadril e costas até meu pescoço
Neste ponto eu recuperei, num lapso, o controle dos movimentos,
e puxei você pra cima, pegando pela cintura e te trazendo até meu quadril. Com você
sentada ali eu passei as mãos por suas coxas com firmeza, sentindo a maciez da
pele arrepiando e o músculo enrijecendo ao toque, em leves espasmos. Alisei os
dedos sentindo seu quadril e parei as mãos por ali. Enfiei os dedos pelas
bordas rendadas do body e apertei sua bunda quando você inclinou pra frente e
me beijou.
Ar... me faltou ar neste ponto...
Então você se ergue e com um olhar provocante, lascivo,
que parecia penetrar em meus olhos, passou a mão por trás de si e levou ela de
minha coxa em direção a minha virilha, alisando minha pele com as unhas. Se
levantou um pouco, mexendo os quadris pra frente e pra trás, sentindo a carícia
que você mesma conduzia e jogando a cabeça pra trás, aparentemente curtindo a
sensação do toque, fechando os olhos e abrindo a boca, num leve, profundo e
arfante gemido.
Eu já estava com a mão em sua bunda novamente, apertando.
Você abaixou a cabeça, abriu os olhos e me olhou, sedenta, faminta. Então você
se abaixou e vorazmente me beijou de novo...
O êxtase me acordou, arfante, suado e, apesar da
frustração inevitável, com uma euforia inexplicável.
Volte... Temos algo a terminar.