Acordo lentamente, ao sentir um movimento seu e olho com
cuidado para a cena hipnotizante à minha frente: Sua pele pálida reflete a luz
que entra, insistente, pelas cortinas mal fechadas e destacam as pintinhas que
salpicam suas costas. Passo a mão ali de leve e sinto sua pele arrepiar. Você
dorme um sono leve, suspira ao menor toque. Te abraço, então, beijo seu pescoço
e passo a mão por sua barriga, e sinto você, sem sequer abrir o olho, agarrar
minha mão e a puxar para o peito. Sinto uma brasa se acender em meu peito
quando você inclina o pescoço, convidativo, magnético, deixando aquela pele
suave à mostra... e sinto ela com meus lábios já arfantes, enquanto te puxo pra
mais perto e sinto suas costas encostarem em meu peito. Quando você joga o
braço por trás e me puxa pelo quadril é como se aquela brasa se acendesse em
chama e, mesmo que continuemos a nos mover com suavidade, absorvendo cada centímetro
explorado, uma supernova explode entre nossos corpos!
Beijo suas costas e vou em direção à sua boca, enquanto sua
mão passeia por minhas coxas e você começa a arfar baixinho. Quando nossos
lábios se tocam você se vira e num impulso quase violento me joga para trás!
Por um átimo minha mente se assusta, mas antes que ele terminasse você já
estava segurando meus pulsos acima da minha cabeça enquanto me beija com avidez.
Um leve farfalhar das cortinas, você levanta para respirar e vejo o sorriso
mais encantador do mundo aparecer entre lufadas de ar e você passa a mão em meu
peito, volta a me beijar e me dizer coisas, baixinho, que sempre pertencerão
apenas a nós!
Suas mãos passeiam pelo meu corpo, às vezes se entrelaçando
com meus dedos ao cruzar as minhas que exploravam cada centímetro de sua pele
suave, que se marcava suavemente ao sentir meu aperto. A sua voz escapa,
incontrolável, em momentos de controle tênue, rapidamente sufocada pelas costas
da sua mão, exigindo que a outra apertasse a minha pele, numa tentativa de recuperar
o controle.
Vez ou outra um movimento brusco, um puxão para jogar-se por
cima do outro, uma valsa interminável de rompantes em resposta à sede que
parecia aumentar a cada gole que tomávamos um do outro, as bocas sempre
sedentas e arfantes pareciam ter congelado em inacreditáveis sorrisos, que
insistiam em decorar aquela cena, normalmente tão rígida, mas que, em nossos
corpos, fluía com uma suavidade relaxante, até carinhosa, ainda que não parasse
de aumentar a chama que ardia com o encontro de nossos peitos.
Aquela dança, intensa, que esquentava nossos corpos, parecia
que nos impulsionava a querer mais o outro! Cada vez que você sussurrava me
dava mais desejo de você, do atrito com sua pele, de sentir cada vibração e
reação espontânea da sua pele e os espasmos em suas coxas!
A energia em nós, que parecia infinita, dá seus últimos
suspiros e não mais aguentamos sequer falar! Bebemos tanto um do outro,
saciamos nossa sede, então ficamos ali, suspensos, lívidos, respirando abraçados,
trocando carícias e sorrisos intermináveis. Mas inesperadamente, com um olhar
lascivo, intenso, e após uma evidente e descarada mordida no lábio inferior
você se aproxima do meu ouvido e, com uma mão passando pela minha coxa,
sussurra novamente e desperta algo em mim...
Mais sede!
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