De todas as características que as coisas têm, a mais encantadora e a mais destruidora é a finitude! Não existe bem que, com o tempo, mal uso ou abandono, não acabe. Um anel de metal nobre, que, largado num canto, fica entregue às traças, vai enegrecer. Um computador de última geração, que não receba manutenção constante, vai se tornar inútil. Uma imagem no porta retrato, que fique apenas embelezando a escrivaninha, mesmo com o cuidado, o tempo tratará de desfazer. Todas as coisas têm um fim e compreender isso é aterrorizante e ao mesmo tempo belo! Mas o que realmente é assustador é observar que, assim como as coisas, os sentimentos, relações e pessoas também o fazem! O mal uso, mal trato, mau cuidado, é óbvio, destrói tudo que toca. Já o abandono traz consigo uma sombra agonizante, que impede o calor de entrar no coração, fazendo ressoar cada batida com um eco quase fantasmagórico que assusta em cada onda sonora. O tempo pode ser o mensageiro mais cruel da finitude, pois a traz à prestação, deixando ao redor um pedacinho por vez, em cada direção, preenchendo cada espaço existente, para revelar seu tamanho esmagador...
Porém, a finitude não é só nefasta, ela também é de um
charme raramente compreensível! É a compreensão da finitude que torna os
sentimentos reais! É o vislumbre de sua chegada que faz com que algumas chamas
se reavivam, com nova lenha alimentando línguas de fogo mais quentes. É sua presença
que torna corações esmorecidos grandes guerreiros impetuosos, que a enfrentam e
rechaçam, reafirmando a plenitude do sentimento!! A finitude existe! E sua
sombra é inevitável... o que você fará quando ela se debruçar sobre você é que
definirá o quanto vale a pena mantê-la à distância. Não a deixe se aproximar...
mas não a perca de vista!
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