Em determinado momento, começa a abater-se o cansaço. Você
começa a achar que a atitude tem menos cara de perseverança e cada vez parece
mais uma tola insistência. Talvez a paixão que vive na esperança te cegue para
o óbvio: Não há mais para onde avançar! Os projetos tão sonhados, o futuro
almejado, não passam de projeções na parede da caverna! A verdade é tenebrosa e
assustadora. O medo, aquele velho cuja força você sempre defendeu depender da
sua atitude sobre ele, mostrou-se uma sombra pesada e profunda. As suas garras
entranharam-se de tal forma que não importa o quanto você lute, não consegue
arrancá-las.
A vida tem dessas... parece que quando a gente começa a
achar que as coisas estão bem encaminhadas, que tudo que você está fazendo para
concretizar seus objetivos está correndo da forma esperada, ela vem e te mostra
que a maior tolice da existência é achar que se tem algum controle sobre o
futuro e a ordem das coisas.
“Ah não se pode deixar tal pessimismo dominar”. Não,
realmente não se pode! É preciso contemplação! Perceber que o objetivo não é
controlar, mas sim saber como lidar com aquilo que todo o emaranhado de eventos
isolados nos apresenta. Após a percepção, o sofrimento é inevitável. Deixar
para trás, viver uma vida diferente, separada, não é uma ruptura indolor e que
não deixe marcas! Mas passa! Nada dura para sempre, dura apenas o momento
suficiente para deixar as impressões necessárias. E é importante desprender-se daquilo que não funciona mais.
Não, não é conformismo. É
consciência! É o primeiro passo rumo à aprendizagem e mais uma evolução.