sexta-feira, 15 de março de 2013

Apenas começamos...





   Já senti falta de quem estava longe, mas eu sabia onde estava. Já senti falta de alguém que continua perto, mas em essência, não é a mesma de antes. Já senti falta de um lugar que me marcou e me deixou feliz. Mas a mais dolorosa de todas as faltas que sinto ou senti é a falta de um tempo! Ao ler essa expressão me ocorre que estou usando de certa prepotência, afinal, no alvorecer dos meus vinte e poucos anos eu falo em tempos passados como se tivesse vivido uma vida... Porém, na juventude, os tempos são mais curtos, as mudanças são constantes! Num momento você está descobrindo o que é pensar por si, no outro você começa a sentir atração física por outra pessoa, no seguinte já começa a viver paixões, depois passa a viver estilos, ideologias, correntes, movimentos, então experimenta o amor, as responsabilidades surgem... São muitas mudanças em um espaço pequeno, levando-se em conta a ideia que se tem por “uma vida inteira”! Pois bem, sinto saudades de um tempo. Sinto saudades de um tempo em que eu não precisava me preocupar se meus amigos eram tão leais a mim quanto eu sou a eles, sinto saudades de um tempo em que minha maior preocupação era que minha mãe já estivesse dormindo quando eu chegasse em casa para não me dar bronca, e que no dia seguinte ela não se lembrasse mais disso! Sinto muita falta do tempo em que os relacionamentos eram aqueles que eu idealizava, baseado nos livros, poemas e filmes que sempre amei... Sinto falta de um tempo em que eu vivia! E que fique claro que o conceito de viver não é apenas o de ter o coração bombeando o sangue por suas veias... Mas o de sorrir com bobagens! O de lutar por um ideal sem ter que abaixar a cabeça a outros pra que suas opiniões sejam ouvidas, de confiar plenamente em seus amigos, sabendo que eles se importam com você tanto quanto você se importa com eles e que eles irão te acompanhar gargalhando, com um violão na mão pra praça ou uma calçada qualquer. Sinto falta de confiar em mim mesmo! Do tempo em que eu chegava a me achar egocêntrico, de tanto que acreditava em mim... Sinto falta de confiar... Sinto falta de sorrir sem motivos e mesmo assim estar seguro de que devo sorrir! Sinto falta de quem fui e de quem almejava ser...

No fim... Sinto falta de mim!